quinta-feira, 16 de agosto de 2012


                   O Discurso Alimentar E A Consciência                             Individual e Social

     A inteligência da virtualidade do símbolo e da representação pode oferecer um espaço de liberdade e mudança.
     Assim, retomando caminhos trilhados neste Blog, podemos buscar a reeducação da consciência individual e social, a partir de esquemas conceituais. Nesta dissertação/resenha serão expostos em   
paralelo os conceitos de Xico Graziano e Kenneth Rogoff, sobre:

Como relacionar coronárias, obesidade, saúde e educação alimentar sem avaliar nossa matriz de produção e consumo, face ao capitalismo contemporâneo?

     Em artigo de 26 de outubro de 2004(O Estado de S.Paulo, p.A-2), Xico Graziano, agrônomo brasileiro, coloca que "dietas mal balanceadas, ricas em carboidratos, encontram no sedentarismo sua escora. A televisão estriba a gordura." E "nunca se desperdiçou tanta comida, nem jamais se comeu tão mal"(idem, ibidem)
     A solução e medida correta é selecionar a mordida e gastar energia. Uma ótima oportunidade para o consumo de gêneros naturais. Suco de frutas substituindo com vantagem as bebidas artificiais; as verduras e os legumes auxiliando a digestão. Menos calorias, mais fibras. Pouca energia, muita vitamina.
     Priorizar portanto na política de nutrição urbana, o alimento natural, enaltecendo o produto caipira, o leite fluído, as frutas e os legumes na merenda escolar em cada município, porque a oferta acessível de produtos baratos passou a se transformar em problema e os novos hábitos influenciados pela propaganda caminham na contramão da saúde.
     Sabe-se a esse respeito que os produtos alimentícios industrializados à base de milho, com grnde quantidade de aditivos químicos, são um dos fatores de ganho de peso, mas, do ponto de vista do crescimento são considerados fantásticos. Kenneth Rogoff, em seu artigo O Capitalismo das Coronárias(O Estado de S.Paulo, 3/02/2012, p.B7), analisa a obesidade influindo economicamente de
várias maneiras na expectativa de vida, desde as moléstias cardiovasculares até alguns tipos de câncer, afetando a qualidade de vida dos cidadãos adultos e de jovens e crianças.Especialmente nos Estados Unidos. 
     Com isso, não só os pacientes individualmente, mas toda a sociedade, via sistema de saúde, arca com tais ônus. Há a perda de produtividade, o aumento dos custos nos transportes e outros fatores-problema.
     O economista Rogoff observa que grandes empresas agrícolas agrícolas dos Estados Unidos são pagas para cultivar o milho(até subsidiadas pelo governo) e de outro lado, as indústrias de alimentos adicionam toneladas de substâncias químicas, fator desencadeador do hábito vicioso do consumo.
     Os cientistas, colaborando nesse empreendimento, são pagos para encontrar a mistura exata de sal, açúcar e substâncias químicas que tornam o alimento instantâneo, criando então a enorme dependência.
     Ainda, as empresas de publicidade são pagas para divulgá-lo; e, no final, a indústria da saúde ganha fortunas tratando da doença, que é o resultado dessa interação econômica.
     Esse 'capitalismo das coronárias' é fantástico para um mercado de ações, vinculado às empresas de todos os setores referidos, e vitais para as áreas de pesquisa ,publicidade e assistência médica.
     Assim, enquanto as forças do mercado agem estimulando a inovação, o que permite baixar continuamente o preço dos alimentos industrializados, de outro lado, diga-se, o preço dos bons e velhos produtos da horta subiram.
     Os consumidores recebem pouquíssimas informações nas escolas, nas bibliotecas ou nas campanhas de saúde, antes são bombardeados pela publicidade. As crianças são cooptadas pelos canais de TV pagos, e nisso está incluída a indústria alimentícia.
      Forma-se um circuito em que produtores não são incentivados a absorver os prejuízos causados ao ambiente, e os consumidores
não equacionam  os custos da saúde, causados por suas escolhas de 
alimentação.
      Se há toda uma dinâmica patológica que envolve legislação, política e economia, faz-se necessário a longo prazo encontrar um equilíbrio entre a soberania dos consumidores e o paternalismo das instituições, oferecendo melhores informações, de variadas fontes, possibilitando escolhas de consumo e decisões apropriadas. Fundamentos históricos e biológicos se inter-relacionam: o produto alimentar é fator e efeito da saúde global. Sujeitos e Ambientes interagem de modo responsável e/ou alienado, de acordo com a cultura que os informa, por seus paradigmas ou conceitos existenciais, no caso presente, sua matriz de produção e consumo.
                                           E.E. "Professora Olga Benatti"
                                            10/08/2012    Claudia_Nk

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Módulo IV

PROJETO: Letramento Básico em comunicação transdisciplinar, através do computador, no projeto UCA.
NOME DA CURSISTA: Claudia Nikitiuk
NOME DA ESCOLA: E.E. “Professora Olga Benatti”
LOCAL: SÃO PAULO – SP
SÉRIE: 1A e 2B
NÚMERO DE ALUNOS:
DISCIPLINAS ENVOLVIDAS: História, Português e Biologia
PROFESSORES ENVOLVIDOS:   Claudia Nikitiuk
Cleide Fumagali
Irene Ribeiro Paixão
PROBLEMÁTICA A SER ESTUDADA: Como desenvolver técnicas, competências e habilidades discursivas/textuais, tendo para debate intertextual este foco temático: “O pensamento econômico está consumindo mais do que o planeta oferece”.
JUSTIFICATIVA: Tendo em vista o resultado de avaliações internas da Escola ‘Olga Benatti’ (SAOB), das externas (SARESP) e as próprias dificuldades encontradas nas atividades docentes, das diferentes disciplinas, para elaboração de seus relatórios de pesquisa ou outros textos, observou-se que o núcleo de tais questões está no uso inadequado do raciocínio abstrato concernente às capacidades leitora e escritora e seus respectivos procedimentos de leitura/redação, sobremodo nas redações dissertativas, onde o conceitual é prioritário.
                                Assim, se nosso objeto cognitivo é uma pequena antologia de artigos e textos respeitantes à educação ambiental e saúde, dando segmento a atividades anteriores de Biologia; agora, o documento-fonte de análise, síntese, retextualização/criação é:
                                      A ATUAL MATRIZ DE PRODUÇÃO pode levar a colapso. O Estado de S. Paulo 4 de set. 2008, p.H8 Especial.
                                Esse texto além da visão ecológica, envolve juízos históricos acerca de questões econômicas e o conhecimento de regras de leitura e argumentatividade, coesão e coerência dos enunciados e, por consenso interdisciplinar docente/discente, foi selecionado. Firmamo-nos nas noções de gênero do discurso, intertextualidade ou dialogismo que os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais utilizam, interpretadas enquanto produtos históricos; sendo que os Cadernos da Secretaria da Educação de São Paulo também seguem essa orientação bakthiniana.
                                A categoria discurso/texto é uma unidade totalizante, mas implica fragmentar e sintetizar e envolve quer o paradigma dominante, disciplinar, como o paradigma emergente, mais sintético, que conduz transversalmente a visões generalistas, temáticas, holísticas e mesmo virtuais: aqui é necessário problematizar com lógica (formal ou dialética), entender expressões retóricas ou de estilo e conhecer regras gramaticais e sua sintaxe discursiva. Alguns autores exemplificam tais postulações: Pierre LÉVY e SANTOS BOAVENTURA podem ser citados.
                                Entendemos, contudo, à maneira de PIAGET e Ph. MERIEU, que o texto é uma construção dialógica entre autor/leitor/intérprete/interpretante. Formas a priori são preenchidas com conteúdos a posteriori. Para chegar à estruturação histórico-social e suas conotações e denotações há um caminhar fonético, silábico, terminológico, oracional, proposicional, lógico, cuja argumentatividade é a “possibilidade, através de certos sinais, levar o interlocutor a determinados tipos de conclusão, com exclusão de outros, é algo inerente à própria língua, e não  algo acrescentado ‘a posteriori’, em determinadas situações específicas de comunicação”. Ingedore VILLAÇA. Argumentação e linguagem .6. ed. – São Paulo : Cortez, 2000. p. 162.
                                Há uma literalidade no discurso que transita por caminhos dedutivos, indutivos e hipotético -dedutivos, que particularizam e individualizam uma produção textual, contudo, se a relacionarmos ao universo das representações coletivas dos discursos fundantes (literários, científicos ou cotidianos), aparece sua estruturação histórica e seu contexto de produção.
OBJETIVOS:
1)      Trabalhar a consciência de que há uma interdependência entre os recursos ambientais e o homem, local ou universalmente. O CICLO VITAL pede uma reflexão acerca da atual MATRIZ DE PRODUÇÃO E CONSUMO.
2)      Trabalhar os discursos/textos acerca, destrinçando conceitos básicos da ciência e seus argumentos ou enunciados textuais que favoreçam o entendimento histórico e a interpretação das proposições, com seus discursos direto/indireto/indireto livre, tempos verbais, concordância, figuras de linguagem ou estilo, maneiras dedutivas, indutivas ou hipotético-dedutivas de abordagem. Para atingir tais propósitos algumas técnicas de leitura e fichamento podem ser utilizadas, assinalando visualmente o texto, via recursos do Kword e do Kpresenter cotejando definições conceituais via Internet/Google e seus dicionários virtuais.
3)      Intenta-se ainda: estimular a capacidade de propor, atuar, debater, criar, adquirir intimidade com as novas tecnologias e o uso da Internet, bem como flexibilizar a compreensão cognitiva generalista das questões ou situações-problema apontadas, delimitando o objeto de análise e sua hipótese de tratamento teórico-metodológico, via trabalho cooperativo.
CONTEÚDO: Subdividido por três áreas: história, português, biologia, e seus conceitos ou noções básicas, examinadas a partir do documento básico e suas antologias complementares , bem como pelos recursos didáticos já existentes nos arquivos dos laptops. Também há roteiros metodológicos elaborados previamente para fomentar a operacionalização das atividades e compreensão dos problemas abordados e da sua tentativa de solução ou a antecipação (hipóteses) de teses e argumentos.
METODOLOGIA:
1)      A etapa diagnóstica/levantamento de problemas e proposições: fichamento das fontes já selecionadas pelos grupos, com suas proposições e argumentos a serem debatidos. Escolha das áreas: história/português/biologia. Cada grupo de 6 alunos, sendo que cada classe poderá ter no  máximo 6 grupos, já descontados os alunos não frequentes. Cada grupo de seis elementos subdividir-se-á em três duplas, cada uma escolhendo ou o enfoque histórico, ou o biológico, ou o da comunicação em língua portuguesa e suas noções disciplinares básicas.
2)      A etapa das sínteses e reflexões conjuntas sobre os enunciados/textos abordados pelas diferentes equipes e seus professores, processando a dialetização do conhecimento.
3)      A etapa da diversificação ou criação livre de ilustrações e painéis temáticos com a produção dos alunos, sendo registrados nos blogs. A par das sínteses/resumos, intertextos ou apêndices conceituais “ Educação + Saúde Pessoal e Ambiental”.
Observação: serão usadas as aulas dos respectivos professores indistintamente, pois a problemática e as competências requeridas são comuns, cabendo integrar as questões sobre o ciclo vital regenerativo e a produção econômica degenerativa, em que hipóteses de enfrentamento devam ser formuladas no sentido de se educar a consciência individual e social.
RECURSOS: Os laptops, os roteiros de como realizar anotações/resumos/relatórios/intertextos e textos críticos (previamente fornecidos). Roteiros ou exercícios sobre como pontuar, como assinalar elementos coesivos e frases de transição, a partir de palavras denotativas. Assim como os exercícios anteriores de análise textual, arquivados nos laptops. Site: Claudia1Irene2 Além de uma antologia paralela de artigos a serem escolhidos por cada grupo, conforme a necessidade e/ou problemática particular.
REGISTRO DO PROCESSO: a ser realizado ainda.
AVALIAÇÕES: contínua/ processual da ação/reflexão/ação planificada. Com auto-hétero avaliação dos objetivos, procedimentos e produtos obtidos, via pesquisa/retextualização de fontes e esquemas operatórios, aplicáveis no cotidiano da sala de aula, pelo aprender fazendo (sua história), com mais saúde pessoal e planetária ou ambiental! E mesmo que parcial, esse conteúdo fará parte da aprendizagem (construída) por cada aluno/leitor de textos didáticos e do mundo, tornando-se deles co-autor.
DIVULGAÇÃO: via laptops nos blogs do UCA/USP e do Blogspot.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: serão completadas posteriormente.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

CONTINUANDO...EDUCAÇÃO MAIS SAÚDE

Prosseguindo neste Blog,visamos num primeiro momento(2010), o subtema EDUCAÇÃO MAIS SAÚDE e as questões do cotidiano individual;agora, em 2011, vamos dar ênfase à Saúde no seu aspecto mais geral, o planetário, em que a saúde individual é parte do natural e do social; vice versa.


Cântico das Criaturas

por São Francisco de Assis, protetor dos animais

Louvado seja Deus na natureza,  
Mãe gloriosa e bela da Beleza,
E com todas as suas criaturas;

Pelo irmão Sol, o mais bondoso
E glorioso irmão pelas alturas,
O verdadeiro, o belo, que ilumina
Criando a pura glória - a luz do dia!

Louvado seja pelas irmãs Estrelas,
Pela irmã Lua que derrama o luar,
Belas, claras irmãs silenciosas
E luminosas, suspensas no ar.

Louvado seja pela irmã Nuvem que há-de
Dar-nos a fina chuva que consola;
Pelo Céu azul e pela Tempestade;
Pelo irmão Vento, que rebrama e rola.

Louvado seja pela preciosa,
Bondosa água, irmã útil e bela,
Que brota humilde. É casta e se oferece
A todo o que apetece o gosto dela.

Louvado seja pela maravilha
Que rebrilha no Lume, o irmão ardente,
Tão forte, que amanhece a noite escura,
E tão amável, que alumia a gente.

Louvado seja pelos seus amores,
Pela irmã madre Terra e seus primores,
Que nos ampara e oferta seus produtos,
Árvores, frutos, ervas, pão e flores.

Louvado seja pelos que passaram
Os tormentos do mundo dolorosos,
E, contentes, sorrindo, perdoaram;
Pela alegria dos que trabalham,
Pela morte serena dos bondosos.

Louvado seja Deus na mãe querida,
A natureza que fez bela e forte:
Louvado seja pela irmã Vida
Louvado seja pela irmã Morte.

Amém



 A relação entre o homem e seu meio originário, depreende-se  do debate entre os sábios, os clérigos e o povo sobre os direitos e limites do homem na exploração do mundo natural.
O dia 4 de outubro é o do falecimento, em 1226, de Francisco de Assis "pregador errante que tratava os bichos como gente, chamando-os todos de irmãos". Esta é a origem do ecologismo, mas ainda era uma atitude estranha ao tempo.(Xico Graziano).

Respeito animal - XICO GRAZIANO

Hoje se comemora o Dia Mundial dos Animais. A data reverencia São Francisco de Assis, falecido em 4 de outubro de 1226. Pregador errante, tratava os bichos como gente, chamando-os a todos de irmãos. Origens do ecologismo.

Nascido na Úmbria (Itália), o santo padroeiro dos animais viveu na época das Cruzadas, escolha beligerante que a Igreja Católica promoveu para tentar dominar o mundo. Apenas pequenos burgos existiam quando o filho do rico comerciante se despojou da riqueza para ajudar a pobreza, tingindo sua pregação com as cores da natureza. Atitude estranha naquele tempo.

Somente séculos mais tarde, ao final do período medieval, a urbanização começava a criar um modo de vida e, consequentemente, uma cultura própria, distanciando as pessoas citadinas, ainda que relativamente, do mundo natural. E somente agora, com a metropolização dos espaços humanos, aí, sim, tal separação acabou quase completa. Vida artificializada.

Faz bem à sociedade atual refletir sobre a relação entre o homem e seu meio originário. Civilização, no passado, era sinônimo de "conquista" sobre a natureza. E nessa história a domesticação dos animais ocupa destaque. Utilizados na tração, no alimento, no vestuário, nas guerras ou na estima familiar, os animais amansados progressivamente se diferenciaram dos bichos selvagens.

Num extraordinário livro, intitulado O Homem e o Mundo Natural (1983), o inglês Keith Thomas mostra como evoluíram, contraditoriamente, o usufruto da natureza e o valor sentimental oferecido aos animais, selvagens ou domésticos. Ele mostra que só a erosão do antropocentrismo antigo, no final do século 17, permitiu à força dominadora dos humanos ceder espaço à simpatia pelo mundo animal.

Predominava no início o aspecto religioso. O homem, ser racional, único portador de alma, capaz de amar o Superior, recebeu das mãos divinas o desígnio de explorar as criaturas para satisfazer sua vontade. Em nome de Deus, e para o bem das pessoas, permitia-se caçar, abater ou aprisionar os animais. Pecado apenas era a crueldade, uma blasfêmia contra a Criação.

Ao ampliar os limites do mundo, porém, o conhecimento científico promove uma revolução no moderno pensamento ocidental. Astrônomos descobrem novos planetas, zoólogos enxergam a vida microbiana, botânicos classificam plantas sem parar, geólogos medem a idade das rochas. A visão criacionista, que coloca o homem no centro do Universo, e tudo justifica em seu nome, aos poucos perde lugar para correntes de pensamento arejadas pelas ideias de Bacon, Descartes, Kant, Hume, Hobbes, entre tantos filósofos iluministas. Começava a sorte dos animais.

Certamente não se esgotou a polêmica que há séculos travam sábios, clérigos e o povo sobre os direitos, e os limites, do homem na exploração do mundo natural. A mesa do debate continua, subordinada agora aos valores trazidos pela modernidade da ecologia. Biodiversidade virou credo. E o bicho selvagem ganhou status nas áreas protegidas dos parques florestais.

No mundo todo se discute a função dos zoológicos. Críticas ao sofrimento animal os fizeram alargar as baias, ampliar os espaços, climatizar os cômodos, recriar hábitats selvagens, favorecendo o bem-estar dos bichos presos. Um bom movimento. Reconhece-se que, longe daquela arrogância antropocêntrica primitiva, os animais também têm direitos. E dignidade.

Os cientistas continuam na parada. Para eles, os zoológicos podem virar laboratórios de pesquisa, úteis para tornar viável a preservação das espécies selvagens ameaçadas de extinção. A reprodução assistida de animais livrou, por exemplo, o pequeno mico-leão dourado da lista negra do desaparecimento. Trabalho exemplar do zoológico de São Paulo.

Entretanto, para a mente mais sensível, perdeu sentido ético aprisionar animais selvagens para divertir gente. Para estes, zoo é sempre perverso, mesmo bem ambientado. Nem o lazer educativo, missão pedagógica que, felizmente, se expande nesses recintos mundo afora, é capaz de iluminar os olhos tristes dos bichinhos, ou bichões, mantidos presos em minúsculas celas. Tirem-me daqui, parecem solicitar.

Domingo passado (25/9), realizou-se a última tourada em Barcelona (Espanha), proibida pelo Parlamento catalão. Ninguém apostaria nessa lei há alguns anos. Mas o ativismo em defesa dos animais conseguiu suplantar a herança cultural que se alegrava na malvadeza contra os touros. No Brasil, os rodeios foram obrigados a adotar regras de bem-estar animal para sobreviverem. Nem assim fugiram da mira dos ecologistas. Tampouco os circos. Elefantes, tigres, chimpanzés e cachorrinhos desaparecem do espetáculo. Ainda bem.

O rumo dessa mudança comportamental se impõe progressivamente na sociedade. Mas muita crueldade contra animais se pratica ainda por aí. Vejam as prisões, algumas bem decoradas, que roubam dos passarinhos a felicidade de voar livremente - afinal, para isso existem asas. Gaiola, logo, será peça de museu. Tomara.

Resta falar dos "animais" humanos. A figura de linguagem utiliza-se para desqualificar pessoas tidas como insanas, brutas, raivosas. Antigamente se dizia "besta fera". Xingar alguém de "animal" já estigmatizou o jogador Edmundo, envolvido em corriqueiras brigas no futebol. No dito popular, criminosos sanguinários são considerados selvagens, matam sem dó.

Desses tipos desumanizados, o pior, em minha opinião, são aqueles trogloditas, gente rica, que acendem luzes e arremetem seus possantes veículos contra os pobres mortais que teimam em respeitar os limites de velocidade nas estradas. Animais, não, verdadeiros idiotas do trânsito.

Animais merecem respeito.


Fonte: http://sergyovitro.blogspot.com/2011/10/respeito-animal-xico-graziano.html

Graziano em seu comentário supra relaciona as mudanças de tratamento do mundo animal às formas de vida urbana/metropolitana,com sua crescente artificialização, a par de uma cultura própria que distancia os humanos do mundo natural.
Mas,paradoxalmente, a BIODIVERSIDADE virou credo e começa a ser protegida.Se no passado 'CIVILIZAÇÃO' foi sinônimo de 'conquista' sobre a natureza, em que animais foram utilizados como tração,alimento,vestuário ou nas guerras, ou na estima familiar, hoje a arrogância antropológica primitiva passa a reconhecer os direitos e a dignidade do animal.
Para isso, a VISÃO ECOLÓGICA superou até a CRIACIONISTA. E os filósofos iluministas e os cientistas continuam a debater sobre o que é culturalmente permitido e o que é proibido realizar, usando os animais.
Há uma mudança comportamental que progressivamente se impõe, evitando o sofrimento animal. E ser 'troglodita', 'besta fera' são qualificativos que não mais se aplicam aos animais. Estes merecem respeito (daí o título do artigo), mas qualificam certos 'idiotas do trânsito', tipos desumanzados que desrespeitam as regras de sociabiliddade.




O respeito e/ou desrespeito à BIODIVERSIDADE e à interação entre as espécies humanas e vegetais é analisado, em outro texto Onda Chique, por Xico Graziano. Seu título é metafórico. Foi proposto para análise textual, nas aulas de Biologia e História, do Ensino Médio, da EE 'Professora Olga Benatti',São Paulo.


Onda Chique


Virou moda. Todo mundo quer neutralizar as suas emissões de carbono. A fórmula é fácil. Basta plantar árvores. Empresas, eventos, entidades contribuem, assim, para amenizar o efeito estufa. Consciência tranqüila. E bom marketing.
A base do raciocínio dessa neutralização ecológica se situa na fotossíntese. Por meio desse magnífico processo, a energia luminosa se transforma em energia química. Raios de sol, absorvidos na clorofila das plantas, originam açúcares. Uma mágica da natureza.
Funciona assim: as plantas absorvem gás carbônico (CO2, também chamado de dióxido de carbono) da atmosfera. Pelas raízes, retiram água do solo. Na presença de luz, a reação catabólica resulta na síntese de moléculas de carboidrato, como a glicose. Estas, quando degradadas pelo metabolismo interno, liberam a energia do crescimento vegetal. Forma-se um ciclo vital.
Mais surpreendente ainda é o subproduto da fotossíntese: oxigênio, o gás da vida superior, é liberado no processo. Então, recapitulando, durante o dia, na presença da luz, as plantas respiram gás carbônico e liberam oxigênio. A fotossíntese cessa durante a noite.
O primeiro a descobrir esse mecanismo bioquímico foi o médico Van Helmut, no início do século 17. Ele acompanhou, em estufa, o crescimento de uma planta. Ao pesar o volume de terra do vaso, percebeu que se mantivera constante. Anos depois, em 1771, Joseph Priestley avançou nas pesquisas, estudando a formação e absorção de gases durante o crescimento vegetal. Eram oxigênio e gás carbônico.
A hipótese da fotossíntese foi finalmente comprovada, com a ajuda de vários cientistas, no final do século. Estava provado, ainda sem que se entendesse ao certo, que água de chuva e luminosidade faziam a planta crescer. Até então se imaginava que as plantas “comiam” terra.
Toda a lenha, os galhos, a massa vegetal representam acúmulo de carbono, transferido, via fotossíntese, da atmosfera para as células vegetais. Plantas mais jovens, em crescimento, necessitam de muita energia, consumindo bastante CO2. Por outro lado, liberam mais oxigênio. O raciocínio vale também para populações. Os cultivos, quaisquer deles, absorvem elevadas quantidades de gás carbônico. Os campeões são as florestas plantadas de eucaliptos. A cana-de-açúcar também se sobressai.
Já nas florestas maduras, com ecossistemas estabilizados, o balanço energético tende a zero. Por essa razão, sabe-se que a floresta amazônica, ao contrário daquilo que se pensa popularmente, não funciona como “pulmão” do mundo. O oxigênio que libera é consumido em sua própria respiração. Ocorre equilíbrio entre metabolismo e catabolismo.
As mudanças climáticas globais estão afetando a percepção das pessoas sobre as leis naturais. Isso é bom. Se o aquecimento do planeta se deve ao acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, nada mais lógico do que imaginar o seqüestro desse gás por meio do plantio e crescimento das árvores. Após séculos derrubando-as, a humanidade descobriu que o melhor negócio é plantá-las.
Mas funciona mesmo?
Sim. Na média, cada cinco árvores grandes, em crescimento, consome uma tonelada de carbono por ano. Considerando uma população de mil plantas por hectare, cada área dessas retirará da atmosfera 200 toneladas de CO2. Este “seqüestro” de carbono, em um hectare, corresponde à emissão de 20 carros, dos pequenos, por ano.
De olho no novo filão de mercado, empresas de consultoria se oferecem para calcular as emissões de carbono. Basicamente, a conta considera o consumo de combustível fóssil, derivado do petróleo. A razão é simples: as reservas de petróleo significam carbono imobilizado nas profundezas da terra. Queimado, o elemento químico retorna à atmosfera na forma de gás.
O apelo é ecológico e o negócio, capitalista. Empresas agregam valor aos seus produtos e serviços, vendendo-se como amigas da natureza. Os consumidores, nervosos com o aquecimento global, gostam. E o meio ambiente agradece.
Plantar árvores é sempre bom. Num mundo que ameaça aquecer, nada melhor que a sombra fresca do bosque. A tal neutralização, contudo, embute um problema. Ela não contesta o padrão de consumo de energia, apenas floreia a questão. Continua-se a gastar horrores de óleo diesel, gasolina, querosene. Ora, sem modificar o modelo da sociedade de consumo, essa onda chique se parecerá com penitência de confessionário. Mera desculpa para esconder o pecado.
As mudanças climáticas causadas pelo acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera, a serem enfrentadas para valer, vão exigir profundas alterações no padrão de vida das pessoas. Inexiste saída na beirada. Nessa reviravolta da civilização, o espaço rural ganhará destaque. Haverá como que um retorno às origens, o asfalto cedendo lugar à grama, o verde substituindo o pálido concreto.
Há dias choveu peixe na pacata Paracatu, em Minas Gerais. Um forte rodamoinho, verdadeiro tornado, inusitadamente levantou água da represa e descarregou estranha chuva sobre a cidade. Foi um assombro geral. O mundo, realmente, está ficando maluco, pensaram os moradores.
No interior, quando alguém teima em cumprir um trato, faz um repto: vou conseguir, nem que chova canivete! Significa esforço total. Já que começou a chover peixe, e os oceanos estão subindo, passou a hora de contemporizar. O futuro da Terra exige mudanças radicais, nova atitude, em relação à natureza. Ou se reduzem para valer as fumaças nocivas, ou as árvores plantadas agora nem chegarão a crescer.
Xico Graziano, agrônomo, é secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
E-mail: xico@xicograziano.com.br

Análise Textual

I – DOCUMENTO – Fonte: GRAZIANO, Xico. Onda chique. O Estado de S. Paulo, 13/03/2007, p. A2.
1.      Pesquise-o no Arquivo de O Estado de S. Paulo,  da data supra. O Link: http://arquivoetc.blogspot.com/2007/03/onda-chique-xico-graziano.html .
Ou, busque pelo Google/Firefox
2.      Baixe o arquivo. Salve-o em /home/aluno/Documentos.
3.      Edite-o através do Kword.
3.1  Situe os operadores lógicos (conectores) e as frases de transição empregadas pelo autor. Os primeiros, com um traço duplo e as frases de transição, com um traço simples ou sublinhado.
3.2  Observe os conceitos e frases-tópico. Alguns já se encontram em negrito? Coloque-os em cor diferenciada, de forma que suas anotações estejam iluminadas e forneçam um resumo visual.
3.3  Pode aumentar a legibilidade do texto, pelo zoom e pelo tamanho das letras. Estas estão em Times New Roman ou Arial 12, para o corpo do texto e 14 para o título? Justifique ou centralize a formatação textual, antes selecionando tudo com o Ctrl + A
4.      Agora, faça uma lista abaixo que mostre as associações possíveis entre os conceitos associados ao tema/assuntos. Isso é um ‘brain-storming’ ou ‘chuva de idéias’. A seguir defina o tema.
5.      Intitule o tema: que tal: CICLO VITAL: A fotossíntese e o efeito estufa no metabolismo do ecossistema: fatores intervenientes. [Se preferir, dê outro nome].
6.      Qual o tipo textual e o gênero empregados por Xico Graziano? Quais os discursos da locução (direto, indireto, indireto livre)? Observe que a narração, o diálogo, a descrição, a injunção, a dissertação expositiva ou argumentativa podem mesclar-se, contudo um tipo textual é básico: a narração preocupa-se mais com ações, fatos, histórias processando-se sequencialmente. A descrição com a caracterização de um ser ou objeto enquanto espaço; a injunção com prescrições ou instruções; a dissertação com explicitações conceituais expositivas ou argumentativas, em que se debatem opiniões e proposições acerca de um tema.
7.      As proposições do discurso embutem mais caminhos dedutivos ou indutivos? Ou hipotético-dedutivos? Pesquise na Internet, para tanto entre no Google.
8.      E o contexto histórico aparece? Existem fatos que indicam posicionamentos teóricos?
9.      Como o autor conclui seus argumentos? Ele confirma ou refuta a posição inicial, ou propõe algo diferenciado?
10.  Como a ciência aborda a vida e como este autor expôs sua questão-problema? Os métodos são mais qualitativos ou quantitativos? O enfoque do conteúdo é mais analítico ou holístico? Como você compreendeu a abordagem?
II-INTERPRETADO esse artigo, não se esqueça do SALVAR (como) seu trabalho em uma pasta e em outro     dispositivo como o pen-drive, se possível.
III- METODOLOGIA: a análise formal e conteudística pressupõe anotações, resumos e relatos, com pesquisa na Internet, via Wikipédia, blogs temáticos ou dicionários virtuais.
IV- PÚBLICO ALVO: classe do Ensino Médio, turma 2ºB, da E.E. ‘Professora Olga Benatti’. Trabalho por duplas
V- CRONOGRAMA: Quatro aulas: uma para pesquisa e anotações iniciais. Outra para o resumo e investigação na Internet. Uma para redação do relatório e outra para reflexões finais, escritas ou orais que podem sugerir outras e futuras conexões temáticas.
VI- AVALIAÇÃO: contínua das diferentes etapas, de seus produtos e do relatório final, assim como das reflexões finais, observando como o laptop foi utilizado, se atingidos os objetivos básicos temáticos, de processamento da pesquisa e uso da informática: avanços e dificuldades gerais.
VII- PESQUISAR é anotar/resumir/relatar e PRODUZIR intertextos e textos críticos.
            Essa análise textual objetiva encontrar as bases discursivas de temas ‘científicos’, quiçá seus fundamentos históricos ou ideológicos, marcando a cultura contemporânea. São rudimentos de uma primeira abordagem ou roteiro, que instruem objetivos e caminhos hipotético-dedutivos com feições construtivistas e transdisciplinares.
VIII- A análise proposta é atividade compartilhada entre as professoras Claudia Nikitiuk, de História, e Irene Ribeiro Paixão, de Biologia.

Retomando, os dois intertextos de Graziano complementam-se e explicam as inferências holístícas, expressas em  Onda Chique, o modismo  do cultivo de plantas para atenuação do efeito estufa, intensificado por procedimentos humanos que exorbitam nos seus modos de produção e consumo de bens.


Um terceiro intertexto O ciclo do carbono e a questão ambiental ilustra resumidamente o ciclo do carbono, enquanto base do ciclo vital, um 'construto' ou elemento teórico fundamental para a compreensão de como os ecossistemas são conectados universalmente e influem na nossa vida diária. Segue abaixo.



O CICLO DO CARBONO E A QUESTÃO AMBIENTAL
            O SOL é a fonte de energia que sustenta a vida na Terra. E o carbono tem um ciclo natural entre o subsolo, os organismos, a atmosfera e os mares. As atividades humanas aumentam sua quantidade no ar. O volume de carbono em cada etapa é estimado pelos cientistas. Cerca de 600 bilhões de toneladas de carbono ficam estocadas nas plantas naturais ou cultivadas.
            As plantas absorvem e estocam a energia solar em compostos de carbono. Na FOTOSSÍNTESE, elas absorvem CO2, e liberam oxigênio. Os vegetais estão na base de todas as cadeias alimentares do planeta.
            Nas QUEIMADAS e DESMATES, quando a vegetação é queimada, grande volume de carbono é liberado no ar. A mata derrubada significa menos organismos vivos para absorver carbono. Restos de matéria orgânica vegetal e animal sobre o solo estocam 1 trilhão de toneladas de carbono.
            No subsolo, restos soterrados de plantas e animais concentram carbono há milhões de anos. Sob imensa pressão, esse material formou o carvão mineral – o mais abundante combustível fóssil, que estoca cerca de 3 trilhões de toneladas de carbono.
            Na atmosfera, a camada gasosa envolve a Terra e guarda 750 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Combinado ao cálcio, o carbono desce ao fundo do mar ou é incorporado às conchas, aos corais e a outros organismos. Esses sedimentos guardam 150 bilhões de toneladas de carbono. As rochas sedimentares, mais profundas e antigas, estocam até 100 quatrilhões de toneladas.
            No oceano, grande parte de CO2 da atmosfera dissolve-se na água por difusão e é absorvida por peixes e outros seres marinhos. A água superficial dos oceanos guarda cerca de 1 trilhão de toneladas de carbono.
            A combinação de material decomposto com as altas temperaturas e a pressão do subsolo forma jazidas de petróleo com gás natural e também minas de gás natural. O carbono guardado nesses depósitos soma 300 bilhões de toneladas.
            Sob diferentes condições de pressão e calor, e após dezenas de milhões de anos de processos químicos, plantas e corpos de animais submersos em águas rasas ou profundas, soterrados, se decompuseram e se transformaram em massas líquidas, viscosas e pretas, que se tornaram as fontes de todos os combustíveis fósseis hoje usados, compreendendo os líquidos: petróleo, óleo betuminoso e betume; os gases: metano, propano, e butano; o carvão mineral (turfa, hulha, xisto betuminoso, antracito, este contendo 90% de carbono puro).
            E a cada ano, 5 bilhões de toneladas são soltos no ar pela queima do petróleo e carvão, acelerando a liberação de carbono na atmosfera e o efeito estufa.
            Cabe lembrar que o carbono compõe mais da metade da nossa massa no corpo humano e dos demais seres vivos. Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma (Antoine LAVOISIER, químico francês do século XVIII). Esse é um caminho para entender a relação entre energia e aquecimento global. Lembre-se: ao queimar um pedaço de madeira, nenhum átomo se perde. Cada átomo ou se dissipa no ar ou está presente nas cinzas que restaram. E as principais formas de ENERGIA que utilizamos estão ligadas aos ciclos de carbono que estocam a energia do SOL.

GUIA do Estudante. Atualidades:
Vestibular + Enem. Editora Abril,
1°Semestre 2011. p. 82-85. Adaptado
por Claudia_NK e acrescendo resumo visual.


E assim a lei natural vai transformando sempre todos os seus elementos, esperamos que para melhor, se a consciência humana fizer a sua parte! O homem tanto pode, com suas atividades, preservar ou acelerar  a destruição do mundo natural. Desvelar sua  história pode reintegrar os seres vivos e seus ecossistemas. Valem as análises especializadas ou as sínteses trnsdisciplinares e holísticas. Aliás, uma das contribuições do profissional de história é operacionalizar discursos e ler sua textualidade, enquanto realidade cognitiva e representação virtual do existir! Em quaisquer domínios e seus registros: do natural ao social.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

5ª Postagem:Vídeo 'A história da saúde no Brasil'

O video 'A história da saúde no Brasil' de Munikatiemy é a ilustração que trata a sério e com humor o tema. Serve para despertar o interese do alunado para as questões que doravante podem ser abordadas e ampliadas. Em anexo.

4ª Postagem:Os discursos, os tipos textuais e seus gêneros.

DISCURSAR é influir de diferentes maneiras e metodicamente nos sentimentos e no raciocínio do ouvinte ou do leitor. Para isso há, conforme Aristóteles, o discurso lógico, produzido mecanica ou eletronicamente, em que-tal como na matemática-se atinge uma certeza; o discurso dialético, que embora não pretenda a certeza absoluta, procura a certeza e a veracidade prováveis, mediante a síntese de duas afirmações antagônicas: a tese e sua antítese. É a área das Humanidades.E há ainda o discurso retórico, persuasivo, sem comprometimento com a verdade e também o discurso poético, cujo grau de certeza ou veracidade nada importa: é próprio da ficção ou da fantasia. Emociona o leitor ou o ouvinte. Ver http://wikipedia.org/wiki/discurso. Acessado em 22/11/2010 17h27.

Aqui neste blog trataremos da 'saúde cotidiana', visando o discurso lógica ou dialeticamente produzido. E como observa Dominique Maingueneau (Revista Langages, nº117) há discursos fundadores ou constituintes, como o religioso, o filosófico, o jurídico, o literário e o científico. Essas são construções sociais, não individuais, analisáveis pelo contexto histórico social e suas condições de produção, refletindo uma visão de mundo determinada, que vincula seus autores à sociedade em que vivem. E as marcas que eles nos legam são empiricamente detectadas nos produos que denominamos textos, mas o objeto dessa investigação são os discursos que interligam sílabas, palavras, frases, parágrafos, capítulos ou blocos, em sequência linear de escrita; ou assumem formatos variados, mobilizando recursos como a diagramação, as ilustrações, os infográficos etc que caracterizam os textos não-contínuos.

Como exemplos de tipos textuais contínuos, cabe referir alguns:
1- Narração/Relato: Neles os fatos e ações são realizados em uma sequência temporal, baseada em uma relação de causa e efeito; a informação pauta-se pelo quando.
2-Exposição: Nesse texto a informação traduz conceitos compostos ou construtos mentais, oferecendo explicações de como os componentes se interrelacionam, num todo significativo, de modo que esses conceitos/abstrações sejam analisados e sintetizados.
3-Argumentação: Tipo textual que responde a perguntas do tipo por quê, apresentando proposições acerca das relações entre conceitos. A informação é temática: as ideias, as opniões, os fatos,os conhecimentos são apresentados, comentados, explicados, confrontados, defendidos ou negados por proposições verbais ou icônicas que remetem a outras proposições.
4-Descrição: ela responde a perguntas do tipo o quê: sua informação especifica e caracteriza os objetos, as pessoas, ou os processos, selecionando os seus traços distintivos. Consideram-se nela os espaços com suas propriedades, desconectados de sua dimensão de temporalidade.
5-Instrução/Injunção/Prescrição: Visa uma determinada finalidade e orienta sobre o que fazer: os procedimentos, as regras, os regulamentos, os estatutos, as receitas, as bulas etc.
6-Documento ou registro: é o texto que padroniza ou conserva informações. Seus aspectos obedecem à formatação e padronização, visando a preservação para fins públicos, tais como os formulários.
7-Hipertexto: é um conjunto de fragmentos de texto conectados entre si, as unidades podem ser lidas em diferentes rotas ou sequências, abertas por diferentes links. Vejam-se as palavras-chave e artigos publicados na Internet, com seus diferentes caminhos.
Cabe observar que num tipo textual encontram-se muitas especificações que denominamos gêneros. Por exemplo: no narrativo as novelas, contos, romances, fábulas, crônicas. No relato: cartas, biografias, notícias etc. No expositivo: os resumos, os verbetes de dicionário, as aulas etc. No argumentativo: artigos de opnião, trabalhos acadêmicos como as dissertações e teses. Na descrição: aníncios de produtos, fichas técnicas, retratos falados etc.

3ª postagem:A Web, o professor mediador e a ação cooperativa na sala de aula.

Na era da informação a Web revolucionou o processo de difusão da informação e o professor, que detinha o papel central de detentor das informações, passou a ser apenas o elemento orientador da cadeia interativa ou cooperativa. Compete-lhe atuar conceitual, procedimental e atitudinalmente, enquanto arquiteto/mediador cognitivo que define métodos ativos, estratégias cognitivas, dinamiza os grupos e as parcerias inter e transdiciplinares. E como educador, cabe-lhe estimular pela análise e síntese a consciência critica, posta a serviço de uma nova humanidade, com justiça social e respeito à dignidade humana. É estimulando a cooperação, por ações/acordos transparentes que o educando desenvolverá sua autonomia e liberdade moral de sujeito livre, conforme nos ensina Jean PIAGET. Ver Estudos sociólogicos. Rio de Janeiro: Forense, 1973. E DOLLE, Jean Marie. Para compreender Jean Piaget: uma iniciação à psicologia genética piagetiana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 1987.

O subtema'Saúde cotidiana' vai permitir uma ação cooperativa da sala de aula - enquanto comunidade aprendente e cidadã que vive dia dia com questões éticas, biológicas e sociais fundamentais.